domingo, 11 de setembro de 2016

Resenha

Na noite do dia 29.08.16 tivemos em Recife mais uma atividade da EBP na Batalha do Autismo. Desta vez a EBP-PE promoveu, ao lado da Associação de Amigos do Autista-Grupo de Estudo sobre Transtornos Invasivos do Desenvolvimento – AMA GETID - formada por pais, familiares, profissionais e amigos implicados no que se trata por Transtorno de Espectro Autista e Síndrome de Asperger-, e da Faculdade Guararapes a exibição e o debate do filme A Céu Aberto de Mariana Otero. O inusitado da noite, foi a presença da própria Mariana no evento que contou ainda com as presenças de Anamaria Vasconcelos, membro da EBP/ AMP,  Diretora de Biblioteca da EBP- Seção PE e do Observatório do Autismo da FAPOL, Paula Borsoi, Diretora Secretaria da EBP e membro do Observatório do Autismo da FAPOL , e ainda  Tânia Abreu também membro da EBP/AMP e do Observatório.


Na plateia outros colegas da EBP-PE , com destaque para José Carlos Lapenda, diretor desta Seção, trabalhadores da Saúde Pública e pais e amigos da causa do autismo.



O debate foi aberto por Anamaria Vasconcelos, organizadora do evento que em seguida dirige  uma pergunta a Mariana relativa ao porque da eleição do Courtil para seu filme .



A fala da diretora do filme  se centrou na importância que foi para ela se despojar dos seus conceitos e valores para poder olhar o mundo pelos olhos do outro , foi crucial para desencadear o debate. Mariana nos contou a reação das crianças e técnicos à sua presença e destacou a importância de acoplar uma câmera ao seu corpo para não ter algo "entre" ela e as crianças.



Ela que nada conhecia da Psicanalise saiu encantada e tocada pelo respeito a singularidade que encontrou no Courtil.



Nos relatou a reação das crianças e técnicos ao filme pronto e foi de suma importância quando nos falou sobre o júbilo de uma criança esquizofrênica ao se ver enquadrada na câmera que, deste modo, funcionou como borda.
Marcou que rótulos e diagnósticos não importam à diretoria do Courtil que recebe cada um a partir de suas inquietações, sem etiquetas.



Paula Borsoi, com sua experiência no serviço público no Rio de Janeiro, trouxe ricas informações sobre as políticas públicas para o autismo e a  saúde no Brasil em contraponto ao modelo Belga e Francês. Este viés trazido por Paula incentivou a fala e participação de outros profissionais que também atuam nesta área. O respeito e a delicadeza com os quais as crianças são tratadas no Courtil  foram destacados por Paula.
Tânia Abreu, destacou a importância da questão do olhar no filme, salientando que é um filme sobre o modo como crianças e jovens que  se relacionam com palavras e corpos de modo muito próprio , vêm o mundo. Apresentou a FAPOL e o OBSERVATÓRIO, marcando que existem vários outros Observatórios que se centram em temas cruciais para a vida contemporânea. Ressaltou que a Psicanalise tem um trabalho a fazer com autistas e psicóticos e que as famílias devem ter o direito de escolher a terapêutica que desejarem para seus filhos.



Em seguida, o presidente da AmaGetid, Roberto Calife, pediu a palavra e falou sobre o benefício que seu filho, hoje com 18 anos, ilustrador de cartilhas e livros ali apresentados, teve no encontro com a Psicanálise. Ele comentou que sentiu falta da presença dos pais no filme. Mariana informou que os pais são presentes no Courtil, mas a tônica do filme foram as crianças e jovens. Roberto foi informado por nós, da EBP, da existência do filme de IVAN Ruiz, no qual a presença e o depoimento dos pais é fundamental.



Podemos considerar que, o grande ganho da noite, foi escutarmos o depoimento de uma cineasta, que nada sabia da Psicanalise,  sobre os benefícios desta para os psicóticos e autistas. Seu depoimento foi rico, vivo e contagiante.



Tânia Abreu

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