domingo, 29 de outubro de 2017
terça-feira, 10 de outubro de 2017
quinta-feira, 5 de outubro de 2017
quarta-feira, 4 de outubro de 2017
O lugar da psicanálise no acolhimento e no atendimento das crianças e adolescentes autistas
Como situar o lugar da psicanálise no tratamento da criança autista? Propomos cinco eixos de respostas.
A formação analítica, requer a experiência de uma análise pessoal, vez que oferece aos atendentes um instrumento poderoso para situar suas ações à distância certa dos sujeitos autistas. Significa permanecer longe dos ideais de normalização ou de normalidade, que são incompatíveis com o atendimento profissional de sujeitos que têm um sofrimento.
O respeito à posição do sujeito é a bússola que orienta esta ação. Não se trata, de forma alguma, de deixar o adolescente ser o brinquedo, por exemplo, das suas estereotipias, repetições, ecolalias. Consideramos que, esse é o primeiro tratamento elaborado pela própria criança, com o qual se defende, além do que introduz uma presença apaziguadora, assim como elementos novos que complexará « o mundo do autismo ».
A localização da angústia: o principal desafio é fazer com que a criança possa localizar em si, a angústia e a perplexidade que são desencadeadas pela interpelação de um outro e pela instalação das funções do corpo em sua articulação com a demanda – se alimentar e se deixar alimentar, perder os objetos urinários e anais, olhar e ser olhado, ouvir e se fazer ouvir. Os psicanalistas há muito tempo notaram a dimensão de rituais de interposição, que constituem numerosos traços sintomáticos invalidantes para o sujeito autista. A criação ou a descoberta para a criança de um « objeto autista», qualquer que seja a sua forma, é frequentemente uma fonte fecunda por meio do qual, cria laços e espaços novos, mais livres das coerções iniciais.
Uma relação privilegiada ao saber: os psicanalistas privilegiam a inscrição das crianças autistas nos dispositivos de aprendizagem. Eles realçam que o sujeito autista está direcionado, quase sempre, « ao trabalho ». Os ditos autistas « de alto nível » testemunham desse domínio, de um investimento massivo do pensamento, da linguagem e do domínio cognitivo, onde eles encontram inspirações inéditas.
De modo geral, para todas as crianças, os educadores buscam privilegiar os apontamentos pedagógicos e educativos que favoreçam as adaptações, e assim dar lugar às singularidades sociais e cognitivas das crianças autistas. Os professores e os educadores relatam o que elaboraram junto à criança ou ao adolescente.
Os psicanalistas e os atendentes, reagrupados no seio do Instituto psicanalítico da Criança, junto aos representantes de todas as categorias profissionais presentes no campo da infância, se mostram bastante interessados nos sistemas de saúde e de educação, existentes na França, destinados às crianças e aos adolescentes autistas. O IPC permite que sejam partilhadas entre os participantes, as respectivas intervenções e inclusive, diferenciá-las entre os profissionais de saúde, de educação, e os pais.
Daniel Roy
Tradução: Gleuza Salomon
A formação analítica, requer a experiência de uma análise pessoal, vez que oferece aos atendentes um instrumento poderoso para situar suas ações à distância certa dos sujeitos autistas. Significa permanecer longe dos ideais de normalização ou de normalidade, que são incompatíveis com o atendimento profissional de sujeitos que têm um sofrimento.
O respeito à posição do sujeito é a bússola que orienta esta ação. Não se trata, de forma alguma, de deixar o adolescente ser o brinquedo, por exemplo, das suas estereotipias, repetições, ecolalias. Consideramos que, esse é o primeiro tratamento elaborado pela própria criança, com o qual se defende, além do que introduz uma presença apaziguadora, assim como elementos novos que complexará « o mundo do autismo ».
A localização da angústia: o principal desafio é fazer com que a criança possa localizar em si, a angústia e a perplexidade que são desencadeadas pela interpelação de um outro e pela instalação das funções do corpo em sua articulação com a demanda – se alimentar e se deixar alimentar, perder os objetos urinários e anais, olhar e ser olhado, ouvir e se fazer ouvir. Os psicanalistas há muito tempo notaram a dimensão de rituais de interposição, que constituem numerosos traços sintomáticos invalidantes para o sujeito autista. A criação ou a descoberta para a criança de um « objeto autista», qualquer que seja a sua forma, é frequentemente uma fonte fecunda por meio do qual, cria laços e espaços novos, mais livres das coerções iniciais.
Uma relação privilegiada ao saber: os psicanalistas privilegiam a inscrição das crianças autistas nos dispositivos de aprendizagem. Eles realçam que o sujeito autista está direcionado, quase sempre, « ao trabalho ». Os ditos autistas « de alto nível » testemunham desse domínio, de um investimento massivo do pensamento, da linguagem e do domínio cognitivo, onde eles encontram inspirações inéditas.
De modo geral, para todas as crianças, os educadores buscam privilegiar os apontamentos pedagógicos e educativos que favoreçam as adaptações, e assim dar lugar às singularidades sociais e cognitivas das crianças autistas. Os professores e os educadores relatam o que elaboraram junto à criança ou ao adolescente.
Os psicanalistas e os atendentes, reagrupados no seio do Instituto psicanalítico da Criança, junto aos representantes de todas as categorias profissionais presentes no campo da infância, se mostram bastante interessados nos sistemas de saúde e de educação, existentes na França, destinados às crianças e aos adolescentes autistas. O IPC permite que sejam partilhadas entre os participantes, as respectivas intervenções e inclusive, diferenciá-las entre os profissionais de saúde, de educação, e os pais.
Daniel Roy
Tradução: Gleuza Salomon
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