Realização: CRP-MG e
Prefeitura de Contagem
Datas: 25 e 26 de março de
2015
Programação: vide
documento em anexo
II Seminário “Autismo e Políticas
Públicas”, em Minas Gerais
Por Paula Pimenta
O
II Seminário “Autismo e Políticas Públicas” pode ser considerado um marco
político na discussão sobre as políticas públicas de acolhimento e tratamento
dos autistas.
Partiu
do cotejamento dos dois documentos lançados pelo Ministério da Saúde, em 2 de
abril de 2013 ― “Linha de Cuidado para a Atenção das Pessoas com Transtorno do
Espectro Autista e suas Famílias na Rede de Atenção Psicossocial do Sistema
Único de Saúde / SUS” e “Diretrizes de Atenção à Reabilitação de Pessoas com
Transtorno do Espectro Autista (TEA)” ―, indicando seus pontos de convergência
e de divergência. Dentre os primeiros, o “Diretrizes...” lança os CER (Centros
Especializados de Reabilitação), que estão se instituindo no território
nacional, causando receios quanto ao lugar dos CAPSi’s como referência da rede
pública para o acolhimento desses sujeitos.
O
público presente ao seminário constava de trabalhadores de CAPSi’s de 35
cidades e trabalhadores dos CER, além de coordenadores da Saúde Mental e da
Secretaria de Deficiência. A explanação da colega do MPASP, Ilana Katz, pôde
clarear os impasses que as linhas-guia para o autismo apresentam às políticas
públicas, provocando, nesse primeiro dia de seminário, uma suspeição de litígio
entre os dois serviços. Os CER foram tomados, no entendimento inicial do
público e da mesa, como um serviço exclusivo, totalmente dedicado a atender
autistas e nenhum outro comprometimento.
Somente
no decorrer da terceira, e última, mesa, que se foi delineando que CER e CAPSi
serão parceiros no acolhimento e tratamento dos autistas. Os CER não têm
exclusividade no recebimento de autistas, mas são divididos em CER 2 (para
Deficiências Mental e Física), onde o autismo se vê incluído, CER 3 e 4, para
as demais deficiências (auditiva e visual). Profissionais trabalhadores de
ambos serviços puderam expor seus fazeres, em CER e em CAPSi, donde foi ficando
claro, também, que as orientações teóricas no campo da psicologia variam, mesmo
nos CER, não havendo ali privilégio das TCCs.
A
segunda mesa voltou-se para a diversidade das abordagens teóricas do autismo,
no campo da psicologia, fazendo valer a orientação explícita dessa
multiplicidade a ser oferecida aos pais, constante do documento “Linha de
cuidado...”. Desse modo, puderam ser apresentadas aos profissionais e
familiares presentes os modos de trabalho da abordagem humanista, da cognitiva,
da psicanalítica e da comportamental.
A
avaliação final do público e dos participantes das mesas foi positiva,
indicando o importante caminho que o CRP-MG vem percorrendo no âmbito das
políticas públicas para os portadores de autismo.
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