terça-feira, 18 de outubro de 2016

Seminário Autismo e Psicose Infantil - da clínica à política, e retorno - Barra da Tijuca

Corpo, sintoma e gozo. 
"Freud articulava o gozo ao corpo pela zona erógena, pela borda onde vem a se enodar a pulsão. Os desenvolvimentos posteriores da psicanálise sempre enfatizaram mais a função da fantasia, enodando um parceiro imaginário, uma ficção simbólica e um gozo real. Os subconjuntos do gozo reenviam tanto ao heterogêneo da fantasia quanto a suas montagens diversas".                                            Éric Laurent, O avesso da biopolítica, p.41.

No Seminário de outubro, prosseguiremos trabalhando as relações entre corpo, sintoma e gozo, a partir da leitura do recente livro publicado por Laurent.
E nos dias 18 e 19 de novembro, estaremos no Hospital São Zacharias/SEPAI, coordenando o Curso "Autismo e Psicose Infantil - política, clínica e prática em instituição", que terá Marita Manzotti (EOL/AMP) e Daniela Teggi (EOL/AMP) como professoras convidadas. As informações podem ser obtidas pelo site hsz.org.br, Hospital São Zacharias/SEPAI e pelo telefone: 2244-2698. As vagas são limitadíssimas.

Coordenação: Ana Martha Maia (EBP/AMP).
Colaboradoras: Bruna Brito e Valéria Glioche.
Comissão de Tradução : Ana Martha Maia, Anna Carolina Nogueira, Astrea Gama e Silva, Bruna Brito, Luiza Sarrat Rangel, Maria Elizabeth Araújo, Marina Valle, Sônia Leão e Valéria Glioche.
Datas: 5 outubro, 16 novembro e 7 dezembro. Primeiras quartas-feiras de cada mês, às 12:30h.
Local: Rua Rui Frazão Soares, 121/sala 205. La Playa. Alpha Barra I.
Informaçõesanamarthamaia@gmail.com

*Aos inscritos que ainda não receberam, solicitar as traduções por email. Para os participantes que ainda não conseguiram comprar o livro, fazemos pedidos diretamente à editora.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Life, animated, o filme - ou quando uma janela se abre.


Ana Martha Wilson Maia
(EBP/AMP)
Entre as diversas abordagens sobre causa, diagnóstico e proposta de tratamento, uma surpreendente experiência foi divulgada em 2014, pelo pai de um menino autista, e tem sido amplamente comentada. A “Terapia da Afinidade” (Affinity Therapy) - termo proposto por Suskind (o pai) e Griffin (o terapeuta) para o tratamento que foi realizado com o menino Owen -  ficou conhecida a partir da publicação do livro de Suskind intitulado Life, Animated que agora virou roteiro cinematográfico. No Brasil, o filme acaba de ser lançado no Festival do Cinema, no Rio de Janeiro.
Relatado pelos pais e por ele mesmo, o surgimento do autismo de Owen foi devastador para todos, como mostra a passagem da cena em que o menino (como Peter Pan) brinca de espada com o pai, à cena em que se ausenta do mundo e, entre outras coisas que manifesta, para de falar.
A busca de tratamento e de uma escola que possa acolhê-lo com seu modo diferente de ser, o bullying, as crises, o filme ilustra o sofrimento de um sujeito que deseja se relacionar com os outros e não consegue, e o sofrimento dos pais e do irmão mais velho, inclusive pela preocupação com o futuro dele. "Estamos envelhecendo e queremos que ele seja independente e possa se cuidar sozinho"- pensam Suskind e Cornelia, a mãe, enquanto o irmão desde pequeno se sente responsável por ele e imagina como será difícil quando não poderem mais contar com os pais. Quando percebe que Owen está na adolescência, Walter quer ensiná-lo a "beijar de língua", quer falar com ele sobre sexo. Afinal, os autistas crescem.
Mas Owen teve a sorte de ser escutado, mesmo sem nada dizer. Sempre adorou assistir aos filmes da Disney com o irmão e, em um certo dia, os dois meninos, diante da cena em que e A Pequena Sereia (The Little Mermaid) perde a fala no acordo que faz com a bruxa do fundo do mar, ele disse: "sussuvoz" (juicervose) Sua mãe explicou que ele falara “apenas sua voz” (just your voice). Como a Pequena Sereia, Owen havia perdido a voz.
Uma cena que também se destaca: Owen sentado na cama, assistindo um filme como sempre, e o pai entra, percebe que ele repete todas as falas dos personagens, que ele as sabia de cor. Suskind cobre o corpo e a cabeça com um lençol, pega com uma das mãos um boneco de pelúcia que é personagem de um dos desenhos e se aproxima, imitando a voz e repetindo as frases do boneco no filme ... Owen responde. Ele fez dos personagens da Disney um duplo autístico e assim voltou a falar, separando a linguagem, da enunciação. Suskind diz que era preciso entrar na prisão do autismo do filho e tirá-lo de lá. "Uma janela se abriu e a luz entrou".
A emocionante formatura, a separação dos pais, o momento de se mudar para uma residência assistida, o namoro, o beijo, a primeira decepção, o emprego em um cinema (tinha que ser!) ... enquanto o espectador acompanha a história de um jovem adulto, em seus 23 anos, tem a oportunidade de conhecer sua preciosa invenção: "A Terra dos Coadjuvantes Perdidos", desenho animado criado por ele, cujo personagem principal é ele mesmo. O mundo invade, é violento, este é o tema da criação do personagem Fussbitch e da maldade da floresta.
Entre cenas do passado, filmadas em família, e cenas atuais, as lacunas de imagem são preenchidas por desenho animado, documentando também a apresentação de Owen no Colóquio Terapia da Afinidade, realizado nos dias 5 e 6 de março de 2015, na Universidade de Rennes II. Universitários e praticantes da psicanálise de diversos países, entre eles analistas do Campo Freudiano, tiveram a oportunidade de escutá-lo falar sobre sua vida e a paixão pelos desenhos da Disney.
"Minha infância passou, mas isso não importa. Meu futuro? Ainda estou buscando ele". Há um futuro para os autistas, Owen nos ensina. Para os autistas e para todos os que seguem na vida, com seus modos de gozo mais ou menos "diferentes", na direção de seus desejos.

Life, animated. Direção: Roger Ross Williams. Com Owen Suskind, Ron Suskind, Cornelia Suskind e Walter Suskind. Estados Unidos/França. 2016. 

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Seminário Autismo e Psicose Infantil - da clínica à política, e retorno.

É a primeira vez que em torno do buraco do objeto – sobre o que ele colocou sua questão -, buraco que concerne ao Outro, que me concerne diretamente, a pulsão escópica pode, enfim, retornar sobre ele: ele se olha. Podemos seguir Freud para dizer que ele se olha no objeto ausente?
Rosine e Robert Lefort, Les structures de la psychose.

O olhar será o tema a que o Seminário de outubro se dedicará, a partir da leitura do caso Robert, o Menino Lobo, Capítulo VI: "La pulsion scopique" do livro Les structures de la psychose: L'Enfant au loup et le Président, Paris: Seuil, 1988.
E, na segunda parte do Seminário, teremos muito prazer em receber, mais uma vez, Valeria Ferranti (EBP/AMP), coordenadora do Ciranda - NR Cereda, que apresentará um caso para o qual escolheu um título muito instigante:  "Olha! Olha! Olha!".
Nos dias 18 e 19 de novembro, estaremos no Hospital São Zacharias/SEPAI, coordenando o Curso "Autismo e Psicose Infantil - política, clínica e prática em instituição", que terá Marita Manzotti (EOL/AMP) e Daniela Teggi (EOL/AMP) como professoras convidadas. As informações podem ser obtidas pelo site hsz.org.br, Hospital São Zacharias/SEPAI e pelo telefone: 2244-2698. As vagas são limitadíssimas.

Coordenação: Ana Martha Maia (EBP/AMP).
Colaboradora: Bruna Brito.
Comissão de Tradução : Ana Martha Maia, Anna Carolina Nogueira, Astrea Gama e Silva, Bruna Brito, Luiza Sarrat Rangel, Maria Elizabeth Araújo, Marina Valle e Sonia Carneiro Leão.
Data: 1 outubro e 3 dezembro. Sábados, 10h.
Local: Sede da EBP-Rio. Rua Capistrano de Abreu, 14. Humaitá.
Informaçõesanamarthamaia@gmail.com
*Aos inscritos que ainda não receberam, solicitar as traduções por email.





domingo, 11 de setembro de 2016

Resenha

Na noite do dia 29.08.16 tivemos em Recife mais uma atividade da EBP na Batalha do Autismo. Desta vez a EBP-PE promoveu, ao lado da Associação de Amigos do Autista-Grupo de Estudo sobre Transtornos Invasivos do Desenvolvimento – AMA GETID - formada por pais, familiares, profissionais e amigos implicados no que se trata por Transtorno de Espectro Autista e Síndrome de Asperger-, e da Faculdade Guararapes a exibição e o debate do filme A Céu Aberto de Mariana Otero. O inusitado da noite, foi a presença da própria Mariana no evento que contou ainda com as presenças de Anamaria Vasconcelos, membro da EBP/ AMP,  Diretora de Biblioteca da EBP- Seção PE e do Observatório do Autismo da FAPOL, Paula Borsoi, Diretora Secretaria da EBP e membro do Observatório do Autismo da FAPOL , e ainda  Tânia Abreu também membro da EBP/AMP e do Observatório.


Na plateia outros colegas da EBP-PE , com destaque para José Carlos Lapenda, diretor desta Seção, trabalhadores da Saúde Pública e pais e amigos da causa do autismo.



O debate foi aberto por Anamaria Vasconcelos, organizadora do evento que em seguida dirige  uma pergunta a Mariana relativa ao porque da eleição do Courtil para seu filme .



A fala da diretora do filme  se centrou na importância que foi para ela se despojar dos seus conceitos e valores para poder olhar o mundo pelos olhos do outro , foi crucial para desencadear o debate. Mariana nos contou a reação das crianças e técnicos à sua presença e destacou a importância de acoplar uma câmera ao seu corpo para não ter algo "entre" ela e as crianças.



Ela que nada conhecia da Psicanalise saiu encantada e tocada pelo respeito a singularidade que encontrou no Courtil.



Nos relatou a reação das crianças e técnicos ao filme pronto e foi de suma importância quando nos falou sobre o júbilo de uma criança esquizofrênica ao se ver enquadrada na câmera que, deste modo, funcionou como borda.
Marcou que rótulos e diagnósticos não importam à diretoria do Courtil que recebe cada um a partir de suas inquietações, sem etiquetas.



Paula Borsoi, com sua experiência no serviço público no Rio de Janeiro, trouxe ricas informações sobre as políticas públicas para o autismo e a  saúde no Brasil em contraponto ao modelo Belga e Francês. Este viés trazido por Paula incentivou a fala e participação de outros profissionais que também atuam nesta área. O respeito e a delicadeza com os quais as crianças são tratadas no Courtil  foram destacados por Paula.
Tânia Abreu, destacou a importância da questão do olhar no filme, salientando que é um filme sobre o modo como crianças e jovens que  se relacionam com palavras e corpos de modo muito próprio , vêm o mundo. Apresentou a FAPOL e o OBSERVATÓRIO, marcando que existem vários outros Observatórios que se centram em temas cruciais para a vida contemporânea. Ressaltou que a Psicanalise tem um trabalho a fazer com autistas e psicóticos e que as famílias devem ter o direito de escolher a terapêutica que desejarem para seus filhos.



Em seguida, o presidente da AmaGetid, Roberto Calife, pediu a palavra e falou sobre o benefício que seu filho, hoje com 18 anos, ilustrador de cartilhas e livros ali apresentados, teve no encontro com a Psicanálise. Ele comentou que sentiu falta da presença dos pais no filme. Mariana informou que os pais são presentes no Courtil, mas a tônica do filme foram as crianças e jovens. Roberto foi informado por nós, da EBP, da existência do filme de IVAN Ruiz, no qual a presença e o depoimento dos pais é fundamental.



Podemos considerar que, o grande ganho da noite, foi escutarmos o depoimento de uma cineasta, que nada sabia da Psicanalise,  sobre os benefícios desta para os psicóticos e autistas. Seu depoimento foi rico, vivo e contagiante.



Tânia Abreu

Um Lugar para os Autistas


quinta-feira, 8 de setembro de 2016

O que o Autismo pode nos ensinar?

Convido-os para o Curso de Extensão "O Que o Autismo Pode nos Ensinar? " realizado pela parceria entre o Ateliê de Clínica Psicanalítica da Orientação Lacaniana- ACPOL e a linha de pesquisa “O autismo, as Psicoses e suas Interfaces na Psicanálise” do laboratório de psicopatologia fundamental do departamento de Psicologia da UFPR.

O curso trabalhará os principais textos — desde a pré-psicopatologia até o DSM5 — da construção teórica concernente ao estudo da psicopatologia relativa ao autismo e proporá o debate em torno do diagnóstico, casos clínicos e fundamentos dessa psicopatologia, e culminará com uma apresentação da obra renascentista magistral de Robert Burton “A anatomia da melancolia”.

Serão projetados o filme “A céu aberto” de Mariana Otero, e “Outras Vozes” de Iván Ruiz, psicanalista e pai de autista, que propõe a questão: “Que significa falar?”, que será abordada no encerramento do curso.

As inscrições estão abertas no site www.institutolacan-br.com.br

O que o Autismo pode nos ensinar? acontecerá de 23,24,30 de setembro 1,14,15, 28 e 29 de outubro DE 2016
Carga Horária TOTAL: 44hs
Horário: noite-18:00 às 22:00 , manhã 8:00 às 12:00 e manhã e tarde 8:00 às 18:00.
Dia: sextas-feiras e sábados
Atenção: sábados, 15 e 29 manhã e tarde
Inscrições no site: www.institutolacan-br.com.br
16 de agosto a 23 de setembro

Os professores do Curso serão: Maria Virginia Filomena Cremasco, Guilherme Gontijo Flores, Gleuza Salomon, Luiz Carlo Pinto Bueno, e o Professor Convidado Ana Martha Wilson Maia.

Um abraço,
Gleuza Salomon
Coordenadora da Linha de Pesquisa "O Autismo, as psicoses e as suas interfaces na psicanálise e do ACPOL-IL
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quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Seminário Autismo e Psicose Infantil - da clínica à política, e retorno. Barra da Tijuca

 Corpo, sintoma e gozo.

"Ter um corpo, no sentido da psicanálise, é fazer a experiência do gozo, inscrevendo-se numa superfície, mas sem ter correlato subjetivo. O sujeito é , assim, produzido como ausência, como furo".
Éric Laurent, O avesso da biopolítica, p.19.

Na conversação que realizamos em julho sobre as práticas fundamentadas em resultados que pretendem ser empíricos e estatisticamente controlados, chegamos ao irredutível do sintoma em relação aos ideias da normalização. Como exemplo, uma nova categoria circula nas escolas: o "Distúrbio do Processamento Auditivo Central". O corpo e seu vazio, a medicalização da existência e o delírio da normalidade, retomaremos estas questões no Seminário de setembro.

Coordenação: Ana Martha Maia (EBP/AMP).
Colaboradoras: Bruna Brito e Valéria Glioche. Comissão de Tradução : Ana Martha Maia, Anna Carolina Nogueira, Astrea Gama e Silva, Bruna Brito, Luiza Sarrat Rangel, Maria Elizabeth Araújo, Marina Valle e Sônia Leão.
Datas: 21 setembro, 5 outubro, 16 novembro e 7 dezembro. Primeiras quartasfeiras de cada mês, às 12:30h.
Local: Rua Rui Frazão Soares, 121/sala 205. La Playa. Alpha Barra I.
Informações: anamarthamaia@gmail.com 
*Aos inscritos que ainda não receberam, solicitar as traduções por email. Para os participantes que ainda não conseguiram comprar o livro, fazemos pedidos diretamente à editora.

Seminário Autismo e Psicose Infantil - da clínica à política, e retorno.


"Madame e Deus são os personagens centrais da psicose da criança do Lobo ou do presidente, quer dizer, segundo Lacan a mulher-toda, do que decorre para um e para outro o empuxo-à-mulher. [...] Para um e para outro a realidade sexual que é aquela do inconsciente pode ser lida a livro aberto e passa a tomar a frente do palco". 
Psicose no adulto, psicose na criança: uma só estrutura. 
Robert e Rosine Lefort. 

No Seminário de setembro, trabalharemos esta Conferência dos Lefort (1985) que foi apresentada na EBP-Bahia e publicada em apostila de circulação Interna, e prosseguiremos com a leitura do Capítulo V: "Le don propitiatoire", do livro Les structures de la psychose: L'Enfant au loup et le Président, Paris: Seuil, 1988.

Na segunda parte do Seminário, receberemos com muito prazer Mônica Hage (EBP/AMP), psicóloga do Ambulatório Infanto-juvenil do Hospital Juliano Moreira - Salvador/Bahia, e preceptora da Residência de Psicologia Clínica e Saúde Mental. Ela irá apresentar um caso que intitulou "Trauma e acontecimento de corpo: uma questão diagnóstica", enriquecendo nossos debates sobre a distinção dos autismos, com relação às psicoses.

Coordenação: Ana Martha Maia (EBP/AMP).
Colaboradora: Bruna Brito. 
Comissão de Tradução : Ana Martha Maia, Anna Carolina Nogueira, Astrea Gama e Silva, Bruna Brito, Luiza Sarrat Rangel, Maria Elizabeth Araújo, Marina Valle e Sonia Carneiro Leão.
Data: 3 setembro, 1 outubro, 19 novembro e 3 dezembro. Sábados, 10h.
Local: Sede da EBP-Rio. Rua Capistrano de Abreu, 14. Humaitá.
Informações: anamarthamaia@gmail.com
*Aos inscritos que ainda não receberam, solicitar as traduções por email. 

terça-feira, 5 de julho de 2016

Seminário Autismo e Psicose Infantil - da clínica à política, e retorno.

"O constrangimento dos pais mostra sempre como indica a reação deles imediata que é proibir, não ver ou desculpar um comportamento de sua criança. Este comportamento que os incomoda traduz um querer-gozar da criança, sempre sonorizado pelas invenções linguageiras do gozo puro, bem dele, agramaticais, fora de sentido. [...] se o consultante ou o parente insiste em compreender isto que a criança quer dizer, esta continua sem resposta, ou ainda, modifica o seu falar. O querer-gozar patente que se impõe ao sujeito encontra apoio nos elementos de alíngua que interpretam o gozo do casal parental. Que faz um psicanalista que escuta este tipo de mensagem não-endereçada, então, ininterpretável?"
Yasmine Grasser, La Petite Girafe 28.

A partir dos casos de Élodie, Thomas e Julia, Yasmine Grasser aborda a função do corte e das intervenções realizadas com estas crianças tão pequenas e seus pais, sustentando um trabalho centrado na clínica do gozo, em sua diferença com a clínica do sujeito suposto saber. Seguimos, assim, na direção da Teoria do Parceiro, de Miller.

Em nosso encontro de Julho, nos dedicaremos à discussão deste texto, depois de finalizarmos o trabalho com o Capítulo IV do livro sobre o caso Robert, o Menino Lobo: "Le deux impossible et le Un unifiant du psychotique - Son objet: le sien-pénis" (Les structures de la psychose: L'Enfant au loup et le Président, Paris: Seuil, 1988)

Conforme combinamos, em virtude das Olimpíadas no Rio, não nos encontraremos em agosto e retomaremos o trabalho no dia 3 de setembro, com a discussão sobre o Capítulo V : "Le don propitiatoire", do mesmo livro, e o texto "Psicose no adulto, psicose na criança: uma só estrutura", de Rosine e Robert Lefort (1985), uma Conferência proferida na EBP-Seção Bahia , publicada em apostila de circulação Interna.


Coordenação: Ana Martha Maia (EBP/AMP).

Colaboradora: Bruna Brito.

Comissão de Tradução : Ana Martha Maia, Anna Carolina Nogueira, Astrea Gama e Silva, Bruna Brito, Luiza Sarrat Rangel, Maria Elizabeth Araújo, Marina Valle e Sonia Carneiro Leão.

Data: 2 julho, 3 setembro, 1 outubro, 19 novembro e 3 dezembro. Sábados, 10h.

Local: Sede da EBP-Rio. Rua Capistrano de Abreu, 14. Humaitá.

Informações: anamarthamaia@gmail.com



*Aos inscritos que ainda não receberam, solicitar as traduções por email.

Seminário Autismo e Psicose Infantil - da clínica à política, e retorno.


Barra da Tijuca
Corpo, sintoma e gozo.

"O paradoxo do gozo se deve ao fato de que ele é, antes de tudo, trauma, por fazer furo no tecido das representações do sujeito".
Laurent, O avesso da biopolítica, p.17.

Em nosso encontro de julho, seguiremos na leitura sobre o trauma do corpo, lalíngua e o mal-entendido da linguagem, e faremos uma conversação sobre a patologização e medicalização da existência nas práticas fundamentadas em resultados que pretendem ser empíricos e estatisticamente controlados. Uma referência de que nos serviremos é o texto de Maleval que foi traduzido para o Blog da EBP "Autismo hoje e psicanálise lacaniana" e se encontra disponível no link:

http://autismoepsicanalise.blogspot.com.br/2016/05/a-experimentacao-institucional-do-aba.html


Coordenação: Ana Martha Maia (EBP/AMP).

Colaboradoras: Bruna Brito e Valéria Glioche.

Comissão de Tradução : Ana Martha Maia, Anna Carolina Nogueira, Astrea Gama e Silva, Bruna Brito, Luiza Sarrat Rangel, Maria Elizabeth Araújo, Marina Valle e Sônia Leão.

Datas: 6 julho, 21 setembro, 5 outubro, novembro e 7 dezembro. Primeiras quartas-feiras de cada mês, às 12:30h.

Local: Rua Rui Frazão Soares, 121/sala 205. La Playa. Alpha Barra I.

Informações: anamarthamaia@gmail.com

*Aos inscritos que ainda não receberam, solicitar as traduções por email. Para os participantes que ainda não conseguiram comprar o livro, fazemos pedidos diretamente à editora.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Três intervenções sobre os autismos


Por ocasião do X Congresso da AMP, na Assembleia Geral do dia 29 de abril de 2016, foi realizada a Grande Conversação da Escola Una. Uma das mesas abordou o tema dos autismos e recolhemos aqui as intervenções de três colegas da EBP/AMP:


Heloisa Teles
Gostaria de retomar o que Wilma Coccoz nos propõe em seu relatório: Que, “na atualidade, a batalha pela psicanálise toma o nome de autismo”. Um fato parece elucidar isto: em 2012, cerca de cem instituições de psicanálise do Brasil, das mais variadas orientações, se reuniram em um movimento que nasceu em decorrência de dois acontecimentos: a possibilidade de fechamento de um serviço universitário público orientado pela psicanálise e uma medida do governo do Estado de São Paulo que restringia, em licitação, o atendimento aos autistas ao método das TCCs. Este movimento tem o nome MPASP: Movimento Psicanálise, Autismo e Saúde Pública e, em sua essência, se constitui em uma luta pelo direito à diversidade, pelo direito de escolha do atendimento e pela defesa da psicanálise. Participar deste Movimento, ao lado de outras orientações em psicanálise, tem sido um aprendizado, sobretudo por permitir ver os efeitos que a orientação lacaniana pode produzir. Neste sentido, cabe destacar os efeitos produzidos pelos filmes “A céu aberto” e “Outras vozes” (que foi lançado no Brasil em 2015, no Rio, em uma Jornada do MPASP), projetados em todo o Brasil por uma iniciativa da EBP. Concluindo, penso que a nossa batalha pela Psicanálise, que tem a batalha do autismo como paradigma, é e deve seguir sendo permanente.

Ana Martha Wilson Maia
Minha intervenção parte do que disse Domenico Cosenza: "o analista não pode se identificar ao sujeito suposto saber".
Já há algum tempo, tenho participado deste Movimento a que Heloisa se referiu, o MPASP. Há dois anos estou no Grupo Gestor, o que vem me possibilitando ampliar a visão de um contexto político articulado à clínica, com diferentes abordagens. Iniciamos como uma resposta aos dois acontecimentos, como contou Heloisa, e de lá para cá temos trabalhado também em torno de outros temas que se referem aos autismos, mesmo que de forma menos direta, como por exemplo a Maioridade Penal, o Marco da Primeira Infância, entre outros.
Assim, na direção do que Cosenza colocou sobre o analista e o saber, digo que a "batalha do autismo" (na expressão de Laurent) é uma batalha com relação às políticas públicas governamentais e tudo o que isto implica. É uma batalha no trabalho com os pais como parceiros, inclusive esvaziando a ideia de que são culpados pelo autismo do filho. É uma batalha com relação aos métodos de aprendizagem, como o ABA, que impõem um saber prévio ao sujeito autista, não abrindo espaço para o que chamamos de "tratamento sob medida". E acrescento, também, a batalha para diferenciar a psicanálise das psicoterapias que, embora se utilizem de significantes que fazem parte da orientação lacaniana (como exemplo, "prática entre vários") propõem avaliações e métodos para o tratamento de maneira muito parecida com as TCCs, quando apostam na prevenção e no trabalho pela via da maternagem.


Paula Pimenta

Gostaria de ressaltar a importância das trocas sobre nosso trabalho de "formiguinhas" nas atividades externas de que participamos e os efeitos observados. Demarco também a importância de se afirmar que partimos de bases epistemológicas diferentes quanto à TCC, por exemplo, o que faz ressalvas quanto a comparações ponto a ponto. (Participo com alguma frequência de mesas redondas com colegas TCCs e vejo que a psicanálise é mais escutada quando se apresenta assim. Tenho até uma tabela comparativa que criei para elucidar esse item). É importante nos servirmos da aceitação "científica" da Affinity Therapy para nos apresentarmos com uma prática (anterior) na mesma direção de escuta do sujeito e seu interesse original (= seu trabalho de regulação do Outro).

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Curso Autismos: um modo de ser diferente

Um curso mais que esperado, ministrado pelas psicanalistas Ana Martha Wilson Maia (EBP/AMP) e Cristina Vidigal (EBP/AMP). Inscrições abertas!! Confira a programação e garanta a sua vaga:
http://www.espacoculturama.com.br/eventos/autismos-um-modo-de-ser-diferente/proximos-eventos/


quarta-feira, 1 de junho de 2016

Seminário Autismo e Psicose Infantil - da clínica à política, e retorno.

"Como assegurar um “tratamento sob medida” para cada uma dessas posições subjetivas? Como complementar a “clínica do sujeito” (Paolo, Pietro e Maria) com uma “clínica do parceiro" (Romilda) que combina com a posição subjetiva de cada um? Virginio Baïo, La Petite Girafe.

"Não existe posição inicial a tomar: alguns não recebem jamais os pais, uma vez engajado o trabalho com a criança, outros ajustam suas posições caso a caso." Élizabeth Leclerc-Razavet, L'inconscient sort de la bouche des enfants.

"Os pais, parceiros da experiência" foi um dos eixos temáticos da Première Journée de la Fédération des Instituitions de Psychanalyse Appliquée (FIPA), realizada em Bordeaux, 12 de março, com o tema "Problemas atuais da psicanálise aplicada". Neste ano, estamos trabalhando sobre a distinção do autismo em torno do caso Robert, o Menino Lobo de Rosine Lefort. E a partir da Teoria do Parceiro, de Miller (Quarto 77, 2002), temos também nos dedicado à leitura e discussão de casos apresentados na bibliografia indicada por Daniel Roy para esta Journée da FIPA, visando os pais como parceiros. Em nosso encontro de junho, iniciaremos a leitura do Capítulo IV: "Le deux impossible et le Un unifiant du psychotique - Son objet: le sienpénis" (Les structures de la psychose: L'Enfant au loup et le Président, Paris: Seuil, 1988) e abordaremos os casos que Élizabeth Leclerc-Razavet (L'inconscient sort de la bouche des enfants, Paris: Éditions Nouvelles Cécile Defaut, 2013) e Viginio Baio ("La demande des parents", La petite girafe, n. 20, dez. 2004) apresentam em seus textos.

Coordenação: Ana Martha Maia (EBP/AMP).
Colaboradora: Bruna Brito.
Comissão de Tradução : Ana Martha Maia, Anna Carolina Nogueira, Astrea Gama e Silva, Bruna Brito, Luiza Sarrat Rangel, Maria Elizabeth Araújo e Marina Valle.
Data: 4 junho, 2 julho, 3 setembro, 1 outubro, 19 novembro e 3 dezembro. Sábados, 10h.
Local: Sede da EBP-Rio. Rua Capistrano de Abreu, 14. Humaitá.
Informações: anamarthamaia@gmail.com

*Aos inscritos que ainda não receberam, solicitar as traduções por email.

Seminário Autismo e Psicose Infantil - da clínica à política, e retorno. Barra da Tijuca Corpo, sintoma e gozo.


Na direção da proposta do novo livro de Éric Laurent, "um percurso no último ensino de Lacan que apresenta o trauma do corpo por uma língua anterior à linguagem: lalíngua" (p.14), temos como leitura para nosso encontro de 1 de junho: - O texto de Lacan "Joyce, o sintoma", publicado em Outros Escritos (RJ: Zahar, 2003). - A conferência de Miller: "O inconsciente e o corpo falante" (2014).

- Introdução de O avesso da biopolítica (Laurent, RJ: Contra Capa, 2016).

Para os participantes do Seminário que ainda não conseguiram comprar o livro de Laurent, fizemos uma primeira lista de pedidos diretamente à editora. Faremos uma segunda lista nesta semana.

Coordenação: Ana Martha Maia (EBP/AMP).
Colaboradoras: Bruna Brito e Valéria Glioche.
Comissão de Tradução : Ana Martha Maia, Anna Carolina Nogueira, Astrea Gama e Silva, Bruna Brito, Luiza Sarrat Rangel, Maria Elizabeth Araújo e Marina Valle.
Datas: 1 junho, 6 julho, 21 setembro e 5 outubro. Primeiras quartas-feiras de cada mês, às 12:30h.
Local: Rua Rui Frazão Soares, 121/sala 205. La Playa. Alpha Barra I.
Informações: anamarthamaia@gmail.com

*Aos inscritos que ainda não receberam, solicitar as traduções por email.