“Ser no Mundo, é ser no Mundo com Outro!”
disse Elizabeth Cavalcanti. E foi com esta frase que escutei, que iniciou
minha jornada, nesta Jornada do MPASP, que aconteceu nos dias 20 e 21 de março,
na UFRJ e no Pinel.
Foram muitas as discussões e debates
acalorados sobre o lugar do sujeito enquanto autista.
A questão da estrutura não poderia faltar. Foi
discutido para onde discorrem as traços precoces do autismo, quando diluídos,
se para a psicose, ou para neurose. Será possível mudar uma estrutura? - eu me
perguntava, uma vez que estavam presentes analistas com diferentes abordagens
teóricas. Será que não foi uma escolha do sujeito para lidar com o mundo, com a
linguagem, desta forma?
Todas as questões levantadas foram pontuadas
por diversos pontos de vista, todos com o mesmo objetivo de afirmar a
psicanálise como um tratamento possível nos casos de autismo e a importância da
singularidade em cada caso.
Sábado, pela amanhã, houve a apresentação do
filme “Outras Vozes”, de Iván Ruíz, sobre um menino com traços de autismo que
foi diagnosticado precocemente. Muito rico este documentário!
Na mesa de Marina Valle, nossa colega
psiquiatra do Seminário da EBP-Rio Autismo e psicose infantil, o tema discutido
foi Genética e Neurociência. Marina abordou os métodos de tratamento
por repetição e condicionamento e trouxe uma questão interessante sobre a
Affinity Therapy, enquanto Fernando Ramos ressaltou a importância da
articulação entre
psicanálise e neurociências, dizendo que não devemos “ ter medo
da neurobiologia”.
Vanessa Brandão apresentou um trabalho que elaborou com
Ana Martha Maia para a Mesa sobre o diagnóstico diferencial: autismos, psicoses
e deficiência, articulando clínica, teoria e política. Nesta mesma Mesa,
coordenada por Dóris Diogo, Ana Beatriz Freire apresentou um trabalho sobre
autismo e Bruna Brito esteve presente com um trabalho sobre a psicose. Foi uma
Mesa muito elogiada.
Pena que na apresentação de nosso Pôster não
houve debate, mas a formulação do texto nos serviu para entender a proposta do
MPASP e por que a EBP esteve tão presente.
Amanda Nunes -
aluna do ICP-RJ, participante do Projeto Lugar & Laços e do laboratório "A criança ente
a mulher e a mãe" (CIEN-Rio).
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