Seminário Autismo e Psicose Infantil – da clínica à política, e retorno.
“Se esta lambuzeira tem o mesmo sentido que para Nadia, isto é, de presentificar a superfície de um corpo não furado, não é
pois, como para Nadia, de seu corpo que se trata, mas do meu. Ora,
somente um corpo furado pode fundar o Outro em sua presença em face do
corpo do pequeno sujeito que, originalmente, não deve ser furado. Se ela [Marie-Françoise] me lambuza, não é o Outro que ela atinge”. (Nascimento do Outro, p.236)
Na proposta de trabalhar a delicada distinção entre autismo e psicose
infantil, partimos do que nos ensinam os clássicos dos Lefort. Desde
Nadia, Rosine considera o corpo com furos, superfícies e bordas. Com
Marie-Françoise, conclui o que acontece quando “não existe Outro” e
estabelece "a distinção do autismo".
No mês de março, nós nos dedicaremos aos conceitos de “duplo” e
“objetos autísticos”, de acordo com as contribuições de Laurent (La bataille de l'autisme - de la clinique à la politique, 2012) e Maleval (L’autiste, son double et ses objets,
2009). Na leitura do caso Marie-Françoise, basearemos a discussão no
capítulo VII: "O duplo e o real" e no capítulo VIII: "A tentação do
outro portador do objeto" (Nascimento do Outro, 1980), e no capítulo I: "Marie-Françoise - l'autisme infantil primaire précoce" (La distinction de l'autisme, 2003).
Na segunda parte do Seminário de março, que se intitula "Autismos, leis e deficiência", faremos uma apresentação e discussão das principais diretrizes de documentos públicos sobre o autismo, organizados por órgãos e entidades dos campos da saúde, justiça, educação e assistência social. Neste dia, os textos de base serão "Cartilha: Direitos das pessoas com autismo", elaborado
pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo em parceria com o
Movimento Pró-autista, fundado por pais de autistas, e "Autismo:
conhecer e agir", publicação organizada pela OAB-RJ da palestra
"Conhecendo pessoas com deficiência psicossocial", apresentada pelo
consultor em educação inclusiva Romeo Sassaki. Ao final, retomaremos a discussão clínica, seguindo, assim, "da clínica à política, e retorno".
Tão logo concluirmos Marie-Françoise, trabalharemos em torno do caso Robert. Para facilitar o acesso à leitura, a coordenação e participantes do Seminário contribuem na tradução dos textos.
Coordenação: Ana Martha Maia
Datas: 7 março, 18 abril, 9 maio, 13 junho, 4 julho. Sábados, 10 às 12h.
Local: Sede da EBP-Rio. Rua Capistrano de Abreu, 14. Humaitá.
Inscrições e informações: anamarthamaia@
Nenhum comentário:
Postar um comentário